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domingo, 16 de setembro de 2012

A Produção Intelectual




Para estabelecer uma avaliação própria sobre o valor da produção intelectual de um escritor não basta ir muito além de ler as suas primeiras frases, então logo se nota aonde podemos chegar com o conteúdo apresentado a nós. Não é necessário saber exatamente sobre o que, ou o que precisamos ler, pois hoje somos injuriados a ler o que é novidade. Os moderadores de blog’s não escolhem as obras que lhes agradam, mas os editores são os que estabelecem o seu futuro resumo. Assim, não há divulgação melhor do que esta. Um enxame de resenhas sobre livros recém-chegados que nós abrigam a comprá-los e ter conhecimento de seu conteúdo que é na maioria das vezes desejável e uniforme. De repente uma obra consequente de um filme, ou sobre um livro realmente bom que aparentemente não deveria ser esquecido, cujo autor foi publicamente plagiado. Em suma, alguma obra cuja mediocridade seja engolida por um supremo currículo, onde o autor se afirma e desliza com facilidade sobre as estantes dos leitores considerados amadores. A sua obra, segundo Schopenhauer é “Todos esses esforços, pelos quais esses escritores procuram afastar o nascetur ridiculus mus [nascerá um ridículo rato]*, com frequência tornam difícil identificar, a partir do que fazem, o que realmente pretendem. – Assim, fica evidente que este tipo especial de autor busca dificultar através de uma síntese grandiosa, toda a sua simplicidade de pensar. Sobre isso, recentemente, obtive uma exemplificação com um autor, cujo nome não é relevante já que isto ocorre em diversos casos, mas o que se sucedeu foi o seguinte: já de início uma avalanche de sinônimos fora atribuída como uma tentativa de camuflar o pequeno espaço da capacidade de seu limitado intelecto, mas com objetivo claro de não menoscabar todo o seu currículo afivelado sobre toda a sua soberba em anos. Uma intenção simples de ser compreendida, vemos o desejo de tornar a obra digna de ser apreciada – segundo essas concepções. Eles parecem querer dizer uma coisa extremamente importante, mas no fim não dizem nada. é como se eu escrevesse despedindo sinônimos dizendo a mesma coisa de outras maneiras, no entanto, ao traduzirmos um texto desta magnitude para outra língua que não possua todos os sinônimos que o português possui, fica-nos nítido toda a tentativa de dizer algo por parte do autor e a defasagem de um texto ridículo e comprimido. A prolixidade é tão devassa nesses casos que até podemos prever o final com tamanha facilidade que ler um desses livros significa ler todos. Do outro lado estão esses novos “críticos” que têm apenas um único discurso cujo objetivo é exaltar as obras que lhes são enviadas, e todos assim o fazem, uns por medo de serem apedrejados em rede-social – por aqueles que admiram o trabalho do autor, ou por receio de terem as suas gorjetas cortadas pelos editores. À contrapartida, estes “moderadores\críticos” alcançam em pouco tempo um certo status-social o que acaba por torná-los alérgicos ante todas as obras de autores desconhecidos ou que possuam um currículo pequeno ou quase nulo, comparado ao currículo intenso de tantos outros. Esses escritores que não deveriam sequer receber a alcunha de autores em geral também não são “compartilhados” em rede-social. Pois haja visto, que muitos não passam de simples organizadores de livros, já que transcrevem um porcentagem relevante sobre os escritos dos outros, por conseguinte, objetivando modelar um estilo literário erudito com efeito de síntese. Assim, não registram os seus próprios pensamentos, mas registram os pensamentos alheios, tornando a discutir e afirmar estes mesmos, o que é naturalmente fácil para qualquer garoto do ensino fundamental. Mas vede, os currículos lhes doam uma aparência de quem entende muito e lê muito. Em geral, esses pseudoautores não são consagrados como a maioria dos outros autores que têm seus nomes carregados por suas editoras ou apoio de personalidades públicas, longe de terem os seus livros o caminhar próprio e unânime, até porque isto não ocorre mais nós dias de hoje, pois não existe mais uma contribuição de autor\cultura, mas sim de dinheiro\autor\editora. À guisa dantes descrito, a consequência  dessas obras é uma confusão geral. Não podemos aperceber o estilo do autor, nem a sua pura coesão, mas vemos um apanhado imenso de contradições e ideais modernistas. Isso tudo é caracteristicamente ridículo e notamos que é cada vez mais difícil encontrar um bom livro para se ler – já que os bons e velhos livros não são mais lembrados. Tudo o que temos é uma avalanche de phrases banales cujos conceitos são senão outra coisa que um pútrido reflexo da modernidade e da obscuridade do que o autor tem a dizer, o que remete-nos ao saber que trata-se de Nada! A contragosto, essas obras, mesmo fastidiosas, sempre possuem um quê de excitantes por interessarem a algum leitor que admire o currículo do autor.