Para estabelecer uma avaliação própria sobre o valor da
produção intelectual de um escritor não basta ir muito além de ler as suas
primeiras frases, então logo se nota aonde podemos chegar com o conteúdo
apresentado a nós. Não é necessário saber exatamente sobre o que, ou o que precisamos
ler, pois hoje somos injuriados a ler o que é novidade. Os moderadores de blog’s não escolhem as obras que lhes
agradam, mas os editores são os que estabelecem o seu futuro resumo. Assim, não
há divulgação melhor do que esta. Um enxame de resenhas sobre livros
recém-chegados que nós abrigam a comprá-los e ter conhecimento de seu conteúdo
que é na maioria das vezes desejável e uniforme. De repente uma obra
consequente de um filme, ou sobre um livro realmente bom que aparentemente não
deveria ser esquecido, cujo autor foi publicamente plagiado. Em suma, alguma
obra cuja mediocridade seja engolida por um supremo currículo, onde o autor se
afirma e desliza com facilidade sobre as estantes dos leitores considerados
amadores. A sua obra, segundo Schopenhauer é “Todos esses esforços, pelos quais
esses escritores procuram afastar o nascetur ridiculus mus [nascerá um ridículo
rato]*, com frequência tornam difícil identificar, a partir do que fazem, o que
realmente pretendem. – Assim, fica evidente que este tipo especial de autor
busca dificultar através de uma síntese grandiosa, toda a sua simplicidade de
pensar. Sobre isso, recentemente, obtive uma exemplificação com um autor, cujo
nome não é relevante já que isto ocorre em diversos casos, mas o que se sucedeu
foi o seguinte: já de início uma avalanche de sinônimos fora atribuída como uma
tentativa de camuflar o pequeno espaço da capacidade de seu limitado intelecto,
mas com objetivo claro de não menoscabar todo o seu currículo afivelado sobre
toda a sua soberba em anos.
Uma intenção simples de ser compreendida, vemos o desejo de tornar
a obra digna de ser apreciada – segundo essas concepções. Eles parecem querer
dizer uma coisa extremamente importante, mas no fim não dizem nada. é como se
eu escrevesse despedindo sinônimos dizendo a mesma coisa de outras maneiras, no
entanto, ao traduzirmos um texto desta magnitude para outra língua que não
possua todos os sinônimos que o português possui, fica-nos nítido toda a
tentativa de dizer algo por parte do autor e a defasagem de um texto ridículo e
comprimido. A prolixidade é tão devassa nesses casos que até podemos prever o
final com tamanha facilidade que ler um desses livros significa ler todos. Do
outro lado estão esses novos “críticos” que têm apenas um único discurso cujo
objetivo é exaltar as obras que lhes são enviadas, e todos assim o fazem, uns
por medo de serem apedrejados em rede-social – por aqueles que admiram o
trabalho do autor, ou por receio de terem as suas gorjetas cortadas pelos
editores. À contrapartida, estes “moderadores\críticos” alcançam em pouco tempo
um certo status-social o que acaba
por torná-los alérgicos ante todas as obras de autores desconhecidos ou que
possuam um currículo pequeno ou quase nulo, comparado ao currículo intenso de
tantos outros. Esses escritores que não deveriam sequer receber a alcunha de
autores em geral também não são “compartilhados” em rede-social. Pois
haja visto, que muitos não passam de simples organizadores de livros, já que
transcrevem um porcentagem relevante sobre os escritos dos outros, por
conseguinte, objetivando modelar um estilo literário erudito com efeito de
síntese. Assim, não registram os seus próprios pensamentos, mas registram os
pensamentos alheios, tornando a discutir e afirmar estes mesmos, o que é
naturalmente fácil para qualquer garoto do ensino fundamental. Mas vede, os
currículos lhes doam uma aparência de quem entende muito e lê muito. Em geral,
esses pseudoautores não são consagrados como a maioria dos outros autores que
têm seus nomes carregados por suas editoras ou apoio de personalidades
públicas, longe de terem os seus livros o caminhar próprio e unânime, até
porque isto não ocorre mais nós dias de hoje, pois não existe mais uma
contribuição de autor\cultura, mas sim de dinheiro\autor\editora. À guisa
dantes descrito, a consequência dessas
obras é uma confusão geral. Não podemos aperceber o estilo do autor, nem a sua
pura coesão, mas vemos um apanhado imenso de contradições e ideais modernistas.
Isso tudo é caracteristicamente ridículo e notamos que é cada vez mais difícil
encontrar um bom livro para se ler – já que os bons e velhos livros não são
mais lembrados. Tudo o que temos é uma avalanche de phrases banales
cujos conceitos são senão outra coisa que um pútrido reflexo da modernidade e
da obscuridade do que o autor tem a dizer, o que remete-nos ao saber que
trata-se de Nada! A contragosto, essas obras, mesmo fastidiosas, sempre possuem
um quê de excitantes por interessarem a algum leitor que admire o currículo do
autor.